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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

A UNIÃO COM CRISTO : O QUE SIGNIFICA ESTAR "EM CRISTO" ?

Uma das doutrinas mais citadas pelos escritores do Novo Testamento é a da união dos cristãos em Cristo. Ela está presente na grande maioria das ocasiões em que são usadas expressões como "em Cristo", "em Jesus" e "nele". Em geral, a teologia reformada reconhece duas ideias centrais nessa união :

I : Os cristãos são unidos de modo místico e vital com Jesus, de modo que nele permanece os cristãos e eles permanecem nele .

II : Jesus é o representante dos cristãos diante do Pai, especialmente, em sua morte e ressurreição.

É comum falar da união vital de Jesus e os cristãos como um união MÍSTICA, pois a Bíblia não define exatamente como ela ocorreu ou quais são suas implicações. Não obstante, as Escrituras deixam claro que essa união envolve tanto o nosso corpo quanto o nosso espírito ( 1 Co 6.15-17). Ela é a fonte de nossa vida espiritual e resultará, por fim, na ressurreição e glorificação do nosso corpo ( Rm 8.9-11); ( Cl 3.3-4) .

Por meio dessa união, Cristo nos liberta do domínio do pecado sobre a nossa vida ( Rm 6.3-11; Gl 5.24), nos capacita e impele a realizar boas obras ( Jo 15.1-8) e mostra o seu próprio poder por nosso intermédio ( 2 Co 13.3-6).

A união de Cristo com os cristãos é tão próxima que é possível dizer que os cristãos sofrem porque Jesus sofre ( Rm 8.17; 2Co 1.5; Fp 3.10; Cl 1.24) - não se tratando apenas de Jesus sofrer ao ver as dificuldades de seu povo, mas também de seu povo suportar as adversidades como uma extensão dos sofrimentos que sobrevieram primeiro a Jesus .

Desse modo, o consolo que Jesus experimenta também flui para os cristãos ( 2Co 1.4-5). Na verdade, uma vez que ele já deu início à era vindoura e já começou a desfrutar, em parte as bençãos dessa era, os cristãos também podem participar parcialmente das bençãos dessa era vindoura ( 2Co 5.17).

Uma vez que os cristãos são misticamente unidos com Cristo, compartilham não apenas experiências, mas sua própria identidade, de modo que o Pai olha para os cristãos como se fossem o próprio Cristo, atribuindo-lhes a posição e os direitos do Filho ( Gl 3.26-29). Por meio dessa identificação, Jesus também representa os cristãos. Eis alguns dos principais resultados dessa identificação :

I : A morte de Jesus é imputada aos cristãos  como se fosse sua própria morte; assim eles cumpriram plenamente o requisito do castigo pelo pecado e jamais serão condenados ( Rm 5.15-19; 6.3-11; 7.1-6; 8.1 e 2Co 5-14).

II : A ressurreição de Jesus garante a ressurreição futura de todos os que estão nele ( Em 6.3-11; 2Tm 2.11) ; ele se tornou merecedor de vida não apenas para si mesmo, mas para os seus.

III : A ascensão de Jesus até a destra do Pai concede honra e segurança aos cristãos, e também autoridade ( Ef 1.8-23;  Cl 3.1; 2Tm 2.12)

IV : Até mesmo a predestinação dos cristãos à salvação depende dessa identificação e representação ( Ef 1.4,11) .

V :  Além disso, todas as outras bençãos da aliança de Deus que Cristo herdou também pertencem aos cristãos- não apenas a vida eterna e o perdão, mas também consolo, alegria, intimidade, amor, riqueza e muitas outras dádivas eternas. Cristo obteve todas essas bençãos para si, mas pelo fato de os cristãos serem identificados com o Filho, ele as compartilha com eles ( Gl 3.26-29).

CONCLUSÃO : Além dessas bençãos decorrentes dessa união dos cristãos com Cristo, também somos unidos misticamente uns com os outros nele ( Rm 12.5; Gl 3.26-28; Ef 4.25). Por esse motivo, compartilhamos as alegrias e dores uns dos outros ( 1Co 12.26). Ademais, não obstante os nossos relacionamentos sociais uns com os outros segundo os padrões do mundo, temos a mesma dignidade diante em Cristo ( 2Co 5.14-16; Gl 3.28; Cl 3.11) e devemos tratar uns aos outros de acordo com essa verdade, com toda paciência e amor ( 1Co 12.14-25; Cl 3.12-15.)

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