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sábado, 3 de outubro de 2020

NEÓFITOS NO PÚLPITO!!!



" Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. "
(I Timóteo 3:6)

" De acordo com o dicionário: Neófito é o principiante, alguém que começou recentemente em algo ou está em algum lugar pela primeira vez. Em sua etimologia, a palavra neófito surge da junção dos termos gregos neo, que significa novo, e phytos, que é planta. A palavra grega neophytus corresponde ao que foi recentemente plantado.

E o contexto, e para quem o apóstolo Paulo escreve o texto, é de suma importância que entendamos. Timóteo, filho de uma senhora judia, entanto de pai grego, natural da província romana de Listra. Temos então três nações envolvidas: Israel, Grécia, Roma; que como sabemos são de culturas distintas, que exercem influência no mundo até hoje, imaginemos então a vida de Timóteo, com essa bagagem cultural.

E é para esse jovem(Acredita-se que tinha pouco mais de trinta anos de idade, quando começou exercer o ministério de forma integral) que o apóstolo escreve, e, é de nosso conhecimento, que Timóteo foi o escolhido para "substituir" Paulo, quando este viesse morrer, tanto que a segunda na carta escrita para este jovem, é a última de todas, onde o apóstolo estava preso, esperando seu martírio. 

Como ingressar no ministério, um jovem, que já carregava um peso cultural tão diversificado? Como fazer com que ele entendesse o legado, do maior plantador de igrejas, maior dos apóstolos, maior missionário(Depois do Senhor Jesus), maior escritor neotestamentário? Como fazer com que esse jovem, continuasse um legado tão extraordinário? Que era o ministério de Paulo, o apóstolo. 

Sabemos que o próprio Paulo, não se tornou, o que se tornou, da noite para o dia, segundo Gálatas 1:17,18, após sua conversão ficou três anos na Arábia e Damasco, depois regressou à Jerusalém, passando ali quinze dias. Da mesma forma em Gálatas 1:21, nos informa que ele estava nas regiões da Síria e da Cilícia, sabe quanto tempo passou lá? Segundo Gálatas 2:1, foram quatorze anos, até regressar para Jerusalém. Então entendamos, os conselhos deste apóstolo eram com conhecimento e experiência de causa. Conhecimento e experiência, entendamos.

Se atentarmos no texto base, para o exemplo que o apóstolo cita, vejamos: " (...)para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. ", nas palavras de Paulo, na instrução a Timóteo, ele afirma que os neófitos são fortes candidatos a se encherem de soberba, tendo como resultado a "queda" e condenação. O "neofilismo" era algo presente nos dias apostólicos, observamos a conhecida e problemática igreja de Corinto. Observe o texto: " E EU, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. " (I Coríntios 3:1), creio que essa igreja foi uma das mais poderosas do ponto de vista em manifestações espirituais, nos conhecemos seu enredo, da mesma maneira que ela foi uma das mais carnais e infantis, no que tange vida espiritual. Observe novamente, "Meninos em Cristo", fica pressuposto pelo teor da carta, que naquela congregação em Corinto, haviam pessoas de mais variadas classes socias, era um extrato exato de todas as pessoas residentes nela, entanto, como da mesma forma, uma igreja com alto nível intelectual e social, mas nada disso impediu de serem chamados de "Meninos".

Quem são os neófitos no púlpito? Neófito já entendemos o termo, mas púlpito? Como assim? Já explico. Atualmente, púlpito do ponto de vista mais moderno se assim posso dizer, perdeu o sentido. Não trata-se apenas de uma plataforma física, onde alguém expõe determinado assunto. Na era dos "You tubers cristãos", o termo tem ganhado uma nova forma. E, é aqui que os neófitos de púlpitos entram, são pessoas que por terem determinada graduação, formação, ou em raros casos, até ter feito intercâmbio em outros países, por mais que essa formação seja teológica; muitos, acham que já podem influenciar, aconselhar, agir de maneira "exclusiva", trazendo soluções que segundo a maioria deles a igreja nunca enxergou.

A máxima apostólica, os padrões de nossos pais na fé, não eram limitados a determinada formação acadêmica, ou mero aprendizado, mas, a profunda prática e testemunho cristão. Formadores de opinião, não eram feitos nas novas revelações, mas instruiam outros, nos alicerces já firmados por seus antepassados. Nós, devemos compreender que a igreja não nasceu ontem! Pensemos, se tudo que a igreja fez, foi errar e ser retrógrada como muitos dos neófitos de púlpito dizem, porque será que não foi destruída por tanta auto-sabotagem? O pior, não são os "meninos" que falam, mas os ditos "maduros" que os escutam. Líderes muitas vezes de igrejas até históricas, se rendendo aos neófitos, oportunizando-os, e alimentando suas ovelhas com pastos crus.

Entretanto, precisamos nos desvencilhar de dois extremos: Achar que por andar nos padrões estabelecidos na Palavra, não ser um neófito nos assuntos espirituais, eu carrego a verdade, e que tudo tem que passar pelo meu aval. Um famoso líder norte americano, certa vez disse que era o "delegado" de Deus na terra. Isso é um absurdo! Outro lado, é achar, que agora, com determinado conhecimento, e alta formação, eu sou o único apto no contexto em que estou inserido, e que posso dizer o que é certo, ou errado, e conduzir pessoas para aquilo que sei que é correto.

Os neófitos no púlpito precisam de experiências! Por mais que sejam chamados por Deus, precisam de tempo para amadurecimento espiritual, para então, exercer a função para quais Deus os chamou. Soldado que vai para a guerra que não sabe manejar uma faca, que usar um tanque de guerra?, e os mais experientes, devemos entender que nenhum homem tira dele mesmo a verdade absoluta, apenas somos o "eco". Não precisamos ser modernos, nem retrógrados. Precisamos ser cristãos. Antes de dar ouvidos a quem quer que seja, precisamos nos fazer algumas perguntas: Quem é? Que história têm? O que fez no corpo de Cristo? O que está fazendo para contribuir com o Reino? Que experiência têm no assunto para falar se forma tão assertiva? "

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