1 Coríntios 14:29-33 "E falem dois ou três profetas,
e os outros julguem. Mas, se a outro, que estiver
assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o
primeiro. Porque todos podereis profetizar, uns
depois dos outros; para que todos aprendam, e
todos sejam consolados. E os espíritos dos profetas
estão sujeitos aos profetas. Porque Deus não é
Deus de confusão, senão de paz"
O capítulo de 14 da primeira epístola de Coríntios
é sensacional. Paulo disciplinou muita coisa que
acontecia no ambiente da igreja. Desta vez,
manteremos o foco apenas no que disse o
versículo supracitado e em seu contexto.
Sim, alguém tinha que julgar o que o “pregador”
estava falando.
Quem ministrasse a Palavra tinha que ter a
consciência que se falasse alguma heresia,
que seria interrompido e corrigido.
Obviamente que essa correção deveria ser
feita em amor, mas era feita na presença de
toda a Igreja, a assembleia dos santos.
Perceba que naquele período também, o novo
testamento ainda não estava totalmente escrito,
e eles dependiam sim da revelação do Espírito
Santo para compreender o serviço cristão
bem como conduzir os discípulos.
O ponto que hoje nós temos TODAS as
instruções necessárias para conduzir
nossas vidas. E com isso não quero dizer
que o Espírito Santo não irá usar ninguém
, não é nada disso.
Mas eu não vejo com bons olhos alguém que
interrompe a pregação do Evangelho
dizendo que teve uma revelação pelo
Espírito Santo que vai contra a própria
Palavra de Deus.
Infelizmente , muitos fazem isso hoje em dia,
a título de mostrar uma
pseudo-espiritualidade, e para que possam
pregar suas mentiras sem contestações.
Voltando ao contexto da época repare que
havia uma “ordem” para as coisas. Falem dois
ou três, outros julguem, e se alguém que
estiver sentado for revelado algo, cale-se o
primeiro. Todos poderiam profetizar, primeiros
uns, depois outros, para que todos aprendam.
Se não fosse assim, seria uma confusão
terrível. Confusão que vemos até hoje
em muitas igrejas. Todo mundo quer falar ao
mesmo tempo, um que quer falar mais alto que
o outro, e ainda fazem isso dizendo estarem
“possuídos” pelo Espírito Santo.
E o “profetizar” desse texto nos leva ao sentido
de “proferir”, portanto, falar a Palavra de Deus.
E como funciona a questão do espírito do profeta
ser sujeito aos profetas?
Primeiro cabe mencionar que o apóstolo Paulo
não está falando nem do Espírito Santo, nem
do demônio nem de nenhum outro espírito
maligno.
Ele está falando do NOSSO espírito, que nos
forma corpo, alma e ESPÍRITO. Esse mesmo
espírito que se comunica com o Espírito
Santo, e que está dentro de nós.
Ah, vai dizer que não sabia disso? Romanos
8:16 "O mesmo Espírito testifica com o nosso
espírito que somos filhos de Deus". Pronto ,
agora você sabe...rs.
Em outras palavras, Paulo está dizendo que
podemos sim nos controlar enquanto estamos
pregando o Evangelho. Que existe um
controle nosso em relação a forma que nos
manifestamos na presença de Deus.
E isso vai de encontro a muitos que se dizem
pentecostais , e que pulam, saem correndo,
caem no “espírito” e tem atos proféticos
incontroláveis dentro das igrejas.
Um dia ouvi um “apóstolo” famoso dizer que
estava possuído pelo “espírito” e que não
tinha mais controle sobre si mesmo. Legal
hein?! Será que Paulo é que estava errado
então? Eu creio que não.
E o culto racional , fica onde nisso tudo? Já
parou para pensar nisso?
Interessante que ainda nesse mesmo capítulo 14
, Paulo fala o seguinte “1Coríntios 14:15 Que
farei, pois? Orarei com o espírito, mas também
orarei com o entendimento; cantarei com o
espírito, mas também cantarei com o
entendimento. “
Mais claro do que isso é impossível! Orar com
o espírito, mas com entendimento. Cantar com
o espírito mas também com entendimento. Deve
haver raciocínio para dar sentido a tudo o que
fazemos em termos de comunhão e ambiente
de igreja.
Irmãos, essa bagunça, recheada de heresias
não deve ter nenhum espaço em nossa
vivência de Igreja.
Muitos envolvidos pelo emocionalismo
cometem esse tipo de erro na congregação.
A origem desse erro, que é o ego, orgulho,
vida de aparência , é algo que deve ser
combatido com muita força no nosso caminho
dentro do Evangelho de Cristo.
Mas isso é assunto para outra ocasião.
É o que penso e compreendo dos textos
bíblicos, e espero que tenha esclarecido
algumas dúvidas.
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