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quinta-feira, 5 de junho de 2014

NÃO EXISTE MAIS LEVITAS! SAIBA PORQUE!!!

Introdução

Arão apresentará os levitas ao Senhor como

oferta ritualmente movida da parte dos

israelitas: eles serão dedicados ao trabalho

do Senhor.  Números 8:11
Dessa maneira você separará os levitas do

meio dos israelitas, e os levitas serão

meus.
Depois que você purificar os levitas e

os apresentar como oferta movida, eles

entrarão na Tenda do Encontro para

ministrar.
Eles são os israelitas que deverão ser

inteiramente dedicados a mim. Eu os separei

para serem meus em lugar dos primogênitos,

do primeiro filho homem de cada mulher israelita.
Números 8:14-16
Dentre todos os israelitas, dediquei os levitas

como dádivas a Arão e aos seus filhos; eles

ministrarão na Tenda do Encontro em nome

dos israelitas e farão propiciação por eles,

para que nenhuma praga atinja os israelitas

quando se aproximarem do santuário".
Números 8:19
Existe uma mentalidade em nossas igrejas não 
de hoje, no Brasil, mas que já vem de alguns
 anos, de que pessoas que são chamadas para
 trabalhar com ministério de música são “levitas”.
E por conta disso e da atual explosão da 
música gospel nas mídias e nos cultos, não é
 difícil encontrarmos estudos bíblicos para 
levitas, encontro de levitas, enfim, visando suprir
 as necessidades dessa classe que dizemos 
existir. Neste artigo, iremos ver quem eram os
 levitas, e porque essa nomenclatura não se aplica
 aos ministros de louvor dos dias hoje.

Quem eram os levitas e quais eram as suas

 responsabilidades?

Os levitas eram uma tribo dentre as 12 do povo de
 Israel, descendentes de Levi, filho de Israel 
(Jacó). E como os versículos acima mostram,
 Deus ordenou a Moisés, que inclusive era levita 
(Números 26:59), para separar toda essa tribo para 
servir ao Senhor no tabernáculo. 

Isso significava que os levitas seriam os músicos do
 tabernáculo? NÃO! Você pode se perguntar, “Mas 
quem eram os músicos do tabernáculo?” Ninguém, 
é a resposta. No tabernáculo de Moisés, se 
você ler os relatos do Pentateuco e dos livros 
históricos, você vai descobrir que não tinha música 
envolvida nas cerimônias religiosas que ocorriam 
no tabernáculo de Moisés. A música com certeza
 era utilizada pras festividades e em momentos 
marcantes da vida do povo de Israel, mas não nas
 solenidades sagradas. 

A música só começa a fazer parte do momento de
 “culto” no tabernáculo de Davi, quando este separa
 algumas famílias da tribo de Levi e os coloca como
 músicos, para ministrarem com música diante da
 Arca do Senhor. (1 Crônicas 16:4) 

Então, o que os levitas faziam? Eles desmontavam
 todo o aparato que envolvia o tabernáculo 
quando a nuvem se movia, durante a 
peregrinação no deserto, e montavam tudo de novo,
 quando a nuvem estacionava. Você já pensou em 
quanto sangue era derramado no altar? Os levitas é 
que higienizavam tudo, limpando, mantendo tudo
 em ordem. Eram eles que carregavam os utensílios
 do tabernáculo pelo deserto. 

Sim, depois que Davi os designou, algumas 
famílias de Levi atuavam como músicos, 
ministrando ao Senhor diante da arca. Portanto, 
já vemos que seria incorreto dizer que os levitas 
são os que são chamados para a área da música
 na igreja. Se queremos ser bíblicos, deveríamos 
chamar de levitas a equipe de limpeza e também 
os porteiros e diáconos. Mas não é somente essa 
questão que precisa ser analisada quando falamos da 
existência de uma classe levítica na igreja.

A levitização dos músicos

Em 2012, a Rede Globo promoveu um Festival de 
música gospel, transmitido em rede nacional, intitulado
 “Festival Promessas”. Muito se debateu sobre a
 validade de tal iniciativa, e não é meu intuito discutir
 isso aqui neste artigo. Estou trazendo à tona este 
assunto, pois ao entrar no site do Festival, me deparei
 com o slogan: “Só os levitas podem carregar a arca”, 
baseado no versículo 1 Crônicas 15:2. Parece uma 
frase bíblica e inofensiva, mas o que estamos dizendo
 com ela? 

Que existe uma classe de pessoas chamadas por Deus 
na igreja, atualmente, denominadas “levitas”, que são
 os responsáveis por “carregar a arca”, ou seja, ministrar,
 levar, carregar a presença de Deus para as outras 
pessoas. E quem não é levita, consequentemente,
 não pode carregar essa “arca” ou essa manifestação da
 presença de Deus. 

No versículo anteriormente referido, Davi havia estabelecido
 seu reino em Jerusalém e queria trazer a arca de volta para
 o centro da vida de Israel. Só que Davi se esquece que 
existia uma ordenança do próprio Deus que a arca tinha
 argolas para que varais pudessem ser colocados, para que os 
levitas carregassem a arca nos ombros. O rei coloca a arca em 
carros de bois, e essa falta de cuidado com os detalhes do
 transporte da arca se revela um verdadeiro desastre,
 culminando com a morte de Uzá. 

E aí pegamos este contexto que acabei de explicar e criamos
 uma separação entre “levitas” e “não-levitas” e conclui-se, 
então, que os não levitas não podem carregar a presença de 
Deus na igreja neo-testamentária. Mas o que o Novo 
Testamento tem a dizer sobre isso?

A imperfeição do ministério levítico

O livro de Hebreus trata muito profundamente sobre
a questão do ministério levítico. Aconselho que você,
 leitor, após terminar a leitura deste artigo, leia os
 capítulos 7, 8, 9 e 10 de Hebreus. Vejamos alguns
 pontos importantes que são tratados pra nossa discussão: 

“Se fosse possível alcançar a perfeição por meio

do sacerdócio levítico ( pois em sua vigência o

povo recebeu a lei ), por que haveria ainda

necessidade de se levantar outro sacerdote...?

” (Hebreus 7:11) 

Veja bem, o autor do livro de Hebreus constata 
que o ministério levítico não conseguiu trazer a 
perfeição para ninguém e por isso ele precisou ser
 substituído. Mas qual foi essa substituição? 

Jesus, através da Sua morte na cruz, se coloca num 
papel duplo: como sacerdote e como sacrifício, e se
 torna Sacerdote para sempre. Veja o que diz a carta
 aos Hebreus: “Ora, daqueles sacerdotes tem havido 
muitos, porque a morte os impede de continuar em 
seu ofício; mas, visto que vive para sempre, Jesus 
tem um sacerdócio permanente. Portanto ele é
 capaz de salvar definitivamente aqueles que, 
por meio dele, aproximam-se de Deus, pois vive
 sempre para interceder por eles. (Hebreus 7:23-25)

Sabemos que Jesus não era levita, pois ele era
 descendente de Davi e Davi era da família de Judá.
 Então, se Jesus não se tornou sacerdote pelo 
sacerdócio levítico, a qual ordem Ele pertence? 

A Ordem de Melquisedeque

O autor da epístola nos responde dizendo que Jesus
 é sacerdote para sempre segundo a ordem de
 Melquisedeque. (Hebreus 6:20). Quem era esse 
Melquisedeque? 

Lemos em Gênesis 14 que Abraão retornava de uma
 guerra quando Melquisedeque chega para visitá-lo
 e Abraão ofereceu os dízimos dos despojos da
 guerra a ele. Quem era essa pessoa? Ele só é
 apresentado como Rei de Salém (futuramente
 Jer
usalém), rei de paz, e também sacerdote do Deus
 altíssimo. 

Veja algo interessante. Esse Melquisedeque 
(sem linhagem, sem genealogia, sem
 apresentação prévia, como diz Hebreus 7:3) 
era rei e também sacerdote. Não 
encontramos alguém ocupando essas duas
 funções em nenhum outro lugar das
 Escrituras. Ou se era rei ou se era sacerdote.
 Melquisedeque ocupa essas duas funções. 

O autor de Hebreus é tão perspicaz e inspirado
 pelo Espírito em sua explanação que ele diz
 que só se dava dízimo a quem se considerava
 como superior. Se Abraão, o grande patriarca 
de Israel e consequentemente de Levi, deu 
dízimo a Melquisedeque, era porque ele
 considerava o rei de Salém superior a si
 mesmo. Portanto, na pessoa de Abraão, Levi 
já era declarado menor que Melquisedeque. 

Cristo também ocupa essas duas funções: Rei 
dos Reis e Sumo Sacerdote para sempre, por 
i
sso Ele é sacerdote não por Levi, mas pela
 ordem de Melquisedeque.

O Sacerdócio de Todos os Santos

Qual é a implicação prática disso tudo para 
nós? Cristo inaugurou uma Nova Aliança, um 
novo tratado, uma nova forma de nos
 aproximarmos de Deus. “Chamando "nova"
 esta aliança, ele tornou antiquada a primeira;
 e o que se torna antiquado e envelhecido, está
 a ponto de desaparecer.” (Hebreus 8:13)

A Nova Aliança tornou a Antiga Aliança obsoleta.
 Não estou dizendo que ela se tornou sem valor, 
mas sim que precisamos reavaliar os preceitos da
 Antiga Aliança pelos “óculos” da Nova. 

Nesta Nova Aliança, o apóstolo Pedro diz que
 em Cristo, nós, Seu povo, somos “geração eleita
 e SACERDÓCIO REAL, nação santa, povo exclusivo
 de Deus. (1 Pedro 2:9) Veja, em Cristo nós também
somos feitos reis e sacerdotes, ou seja, também 
não pertencemos a linhagem de Levi , mesmo porque, 
de forma geral, nem mesmo somos judeus, e o sacerdócio 
de Levi era transmitido pela descendência humana, 
genética. Já a linhagem de Melquisedeque é espiritual, 
e aí sim, podemos ser feitos sacerdotes segundo esta ordem.
 
Quem faz parte desta linhagem? Só os músicos, ou 
seja, cantores, instrumentistas? NÃO! Todo nascido de
 novo, TODA a Igreja é feita sacerdote na linhagem de
 Melquisedeque. Ou seja, não temos uma classe escolhida
, ungida, separada de “levitas” que faz com que a igreja se 
sinta “plateia” em um culto, enquanto os “levitas” são os ministros. 

Não podemos criar essa mentalidade em nossas igrejas! 
Isso é anti-bíblico e extremamente nocivo para nossos cultos 
comunitários e para nossa vida cristã diária. Quando a igreja 
se reúne, temos alguns que estão ali liderando, mas toda a igreja
 se reúne, espiritualmente, diante do trono do Cordeiro e se 
apresenta como sacerdotes, e todos podem se achegar diante
 da presença d´Ele. 

Achegando ao trono da graça

Na Nova Aliança, não são só os levitas que podem carregar 
a “arca”. Na Nova Aliança, cada nascido de novo se torna
 “arca” e também sacerdote, ou seja, tem livre acesso a 
presença de Deus. Então, em nossos cultos, os membros
da igreja não são plateia! Só existe uma plateia em nosso
 culto: o próprio Deus! Nós todos temos a responsabilidade
 de ministrar à presença de Deus. 

Portanto, ao dizer que somos “levitas” nos colocamos como 
intermediários entre o povo e Deus, que é exatamente o 
que faziam os filhos de Levi. Isso é uma afronta ao sacrifício
 de Cristo na cruz que rasgou o véu, para que todos os
 nascidos de novo tivessem livre acesso ao Pai. (Hebreus 
10:19-20) 

Algumas vezes agimos com boas intenções, mas
 acabamos “recosturando o véu que a cruz já rasgou”,
 como diz João Alexandre, em sua “É Proibido Pensar”.
 Irmãos, o que precisamos ensinar é que TODOS os 
nascidos de novo podem se achegar diretamente a Deus,
 sem intermediários. 

Quantos pastores querem “fidelizar” “suas” ovelhas, e por
 isso não trazem ensinamento, por medo de perder rebanho! 
Quantos ministros de louvor se sentem “importantes” quando
 ocupam essa posição de intermediários e tem medo de
 perder seu status ao ensinar que as pessoas tem igual acesso
 ao trono da graça! Isso precisa cair por terra. A verdade é
 que nos liberta pra vivermos a vida de Deus pra nós.

Conclusão

Temos muitos princípios interessantes sobre os levitas que 
podem ser aplicados a nossa vida de forma bem interessante, 
mas a aplicação do sacerdócio levítico aos crentes da Nova 
Aliança é um ensinamento extremamente nocivo a médio e
longo prazo, como expus neste estudo.

Como ministros, precisamos ter um embasamento teológico
 de qualidade para não levarmos as pessoas de nossa 
congregação a uma posição de engano. Precisamos, sim, 
conscientizar as pessoas da realidade da Nova Aliança e de
 como elas podem se aproximar por elas mesmas de Deus, 
sem precisar de intermediários.







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