Total de visualizações de página

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Sobre o suicídio e a depressão

O povo mais doente, infelizmente, é o povo cristão. Com toda convicção, posso afirmar que mais da metade da igreja sofre de ansiedade, depressão ou esgotamento. No entanto, os cristãos se negam a realizar o tratamento achando que o maior psicólogo é Jesus e ir ao psicólogo da terra não é necessário e tempo perdido. Porém, todo lixo encontrado e acumulado na semana precisa ser devolvido para algum lugar.

Muitos cristãos têm a ideia deturpada de que psiquiatra é médico de doido, sem saber que este trata doenças como a ansiedade, depressão, estresse, esgotamento, pânico e tantas outras patologias que possuem a mesma importância que o diabetes ou a hipertensão. Na realidade, o diabetes é mais mortal do que a depressão, mas parece inofensivo e não causa tanto espanto por não ser uma “doença espiritual”.

Ouço com freqüência, de pessoas com falta de conhecimento no assunto, que a depressão está relacionada ao lado espiritual. Essa ideologia tem adoecido uma geração que possui todos os recursos para sair da depressão e vencer, mas prefere, por teimosia e orgulho, não ser tratada.

Tenho visto quadros de suicídio dentro das igrejas, pessoas crentes e fiéis que poderiam estar conosco, mas que preferem não serem tratadas com receio do que os outros vão pensar delas. Na verdade, o suicídio é praticado por alguém que já estava morto e esqueceu de avisar, alguém que precisava de ajuda e presença física. Aprendi que mesmo quando eu não tenho nada para falar, a presença física já ajuda a pessoa amada e traz conforto.

Elias, o maior de todos os profetas, teve depressão. Deus mostrou para Elias o pé de zimbro no deserto, usado para fazer chá e tratar doenças emocionais como a ansiedade, no entanto, Elias queria fogo do céu. Às vezes, queremos coisas sobrenaturais, mas Deus nos mostra a alternativa mais simples que é a ajuda médica e psicológica. Deus tem várias formas de trabalhar, não deixe a depressão virar um gigante e destruir a sua vida.

Eu, médico e cristão, também preciso de ajuda. Assim, consulto uma psicóloga uma vez por mês, tomo medicação e vitaminas quando necessário. É importante reconhecer nossas fraquezas e saber que precisamos de ajuda. É melhor obedecer do que sacrificar!

Nenhum comentário:

Postar um comentário