DISCÍPULOS DO AMOR OU DO ÓDIO?

Breve Artigo Teológico 

DISCÍPULOS DO AMOR OU DO ÓDIO?

“Não é pela força, nem pela violência que vocês vencerão. Será pelo meu Espírito”, diz o SENHOR dos Exércitos (Zacarias 4.6).

O conceito de discípulo é algo que vem dos primórdios da humanidade, ao longo dos anos muitas palavras foram usadas para expressar esse conceito. Mas a palavra "discípulos" como a conhecemos e que tem sido frequentemente associada a Bíblia vem do latim “Discipulus” que significa aluno ou aprendiz. Também deriva da palavra latina “disciplina” que significa (obediência aos ensinos do mestre/professor). Portanto,  quando utilizada nas traduções da Bíblia e mais precisamente nos Evangelhos a palavra “discípulo” está diretamente associada aos seguidores mais próximos e obedientes de Jesus. O Mestre (Jesus) como era chamado viveu na Galileia na cidade de Nazaré dedicou toda sua vida ao ensino de suas crenças no que chamou de Verdade (João 8.32). Sua mensagem era fundamentada nos ensinos do Antigo Testamento e tinha por objetivo ajudar seus seguidores a entender a vontade do Pai (Deus) que para Ele consistia em amar a Deus de todo o coração, alma e entendimento, e, ao próximo como a si mesmo (Mateus 22.36-40). Sua própria história de vida e suas ações bem como sua morte são considerados pelos cristãos como um ato de amor em prol da salvação da humanidade. Por isso com o surgimento e desenvolvimento dos estudos teológicos a respeito de Jesus, sua mensagem e seguidores se tornou consenso entre os estudiosos denominar os seguidores de Jesus como “cristãos” ou “discípulos do amor”. E de fato a história relata muitos atos de amor e abnegação de homens e mulheres cristãs que dedicaram suas vidas para ajudar o semelhante como podemos constatar na vida abnegada e mundialmente conhecida de Madre Tereza de Calcutá. Uma mulher que renunciou seus interesses pessoais para se dedicar integralmente no auxílio dos pobres e necessitados de Calcutá na Índia. Apesar de serem pessoas de um país que não era o seu e de serem seguidores em sua maioria de uma religião diferente da sua, ela não poupou esforços para ajuda-los em suas diferentes necessidades. Através de seu exemplo e de outros cristãos como ela, podemos constatar que de fato existe uma relação próxima entre o cristianismo e o amor. Para os cristãos mais do que um mero sentimento o amor se trata de um comportamento, o resultado de uma escolha, uma ação consciente em favor do próximo diariamente. Porém ao longo da história também é possível observar que o oposto desse sentimento ou comportamento pode ser visto nas ações dos cristãos. Infelizmente não são poucos os registros de crimes de ódio praticados por pessoas ligadas ao cristianismo no passado. Registros que ainda hoje geram indignação e revolta por conter atos de extrema crueldade praticados por “cristãos” contra pessoas que ousaram ter uma fé ou uma forma de vida diferente da igreja predominante na época. Esse período no passado ficou conhecido como a idade das trevas. Período em que a igreja cristã assumiu uma postura agressiva na imposição de suas crenças e no seu poder de influência em diferentes áreas da sociedade, inclusive na política. Nesse período governantes que ousavam contrariar seus interesses ou pessoas comuns que arriscavam expressar ideias diferentes as da igreja eram exilados e até severamente punidos com tortura e a morte. Milhares de pessoas e até famílias foram dizimadas vítimas do ódio da igreja que alegava agir em nome de Deus e por “amor” a Ele. Deve parecer um pouco incoerente para você a ideia de se praticar o ódio em nome do amor ou de Deus. E de fato é, mas, aquilo que na teoria se mostra claro, na prática muitos tem dificuldade para perceber essa incoerência e caem na armadilha da leviana relação do ódio em nome do amor. Prática que foi possível observar no recente contexto político e religioso que tomou conta do nosso país nos últimos anos com o surgimento do bolsonarismo. Sob o pretexto de amor a Deus, a pátria e a família surgiu em nosso país um dos líderes mais influentes de nossa história chamado Jair Messias Bolsonaro e junto com ele um dos mais poderosos movimentos "conservadores" do mundo, o bolsonarismo. Logo de início visto pelos cristãos como um tipo de salvador dos valores da “família cristã”, Bolsonaro e suas ideias se tornaram unanimidade entre os evangélicos e alas ultra-conservadoras do catolicismo. Seus seguidores passaram a ser conhecidos como “bolsonaristas” por compartilhar de seus ideais e propagar suas ideias através de diferentes meios de comunicação. Mas o que parecia ser um renascimento dos valores cristãos na política e sociedade, o bolsonarismo veio se revelar aquela antiga, incoerente e perigosa união entre o santo e o profano, entre amor e o ódio. Nos últimos anos e por influência do bolsonarismo os cristãos passaram por uma verdadeira metamorfose no qual se tornaram temidos por todos aqueles que um dia foram amparados por eles. Os que antes eram vistos pelos cristãos como pessoas necessitadas de sua ajuda, passaram a ser vistos como a escória da sociedade, os que antes eram vistos como almas a serem alcançadas para Jesus, passaram a ser encarados como inimigos destinados ao inferno por pensarem diferente. As lembranças dos gestos de amor dos cristãos no passado, foram substituídas pelo temor diante dos inúmeros atos de ódio praticados por "cristãos" bolsonaristas nos últimos anos. O bolsonarismo unido ao "radicalismo cristão" conseguiu em pouco tempo resgatar o medo e a submissão que predominou na idade das trevas. Por consequência, aqueles que outrora foram conhecidos como "discípulos do amor", admirados e respeitados por todos no passado, hoje, passaram a ser conhecidos como "discípulos do ódio", temidos e evitados por aqueles que têm amor à paz e à vida. Bolsonaro passou a ser seguido e adorado como um tipo de messias ou deus dos bolsonaristas. E o movimento que pretendia reerguer na política a bandeira do cristianismo, passou a ser investigado como um movimento de estímulo aos crimes de ódio e até atos de terrorismo que tem assustado o nosso país. Porém, essa postura bolsonarista é zelo sem entendimento (Romanos 10. 2). A Sagrada Palavra de Deus diz: “Não é pela força, nem pela violência que vocês vencerão. Será pelo meu Espírito”, diz o SENHOR dos Exércitos (Zacarias 4.6). Diante desses fatos fica as seguintes perguntas aos cristãos. Que tipo de discípulo você tem sido? Discípulo do ódio ou discípulo do amor? Qual messias tem sido o seu mestre? Bolsonaro ou Jesus. Sua escolha pode tornar nosso país um lugar melhor ou pior para viver. Que o Senhor Jesus, o verdadeiro e único messias dos cristãos o ajude em sua escolha e que ela traga luz em meio às trevas do ódio que insiste em assombrar a humanidade!

Pedido de Oração: Há muito tempo venho sendo atacado por me posicionar contra o envolvimento das igrejas com o bolsonarismo, porém os ataques se intensificaram após publicar o artigo "discípulos do amor ou do ódio?" Após sua repercussão passei a ser alvo de ataques muito cruéis feitos por meio de FAKE NEWS  com o objetivo de destruir minha imagem e incitar ódio contra mim. Por favor intercedam por mim e minha família em oração. A minha gratidão! Lembre-se o diabo é o pai da mentira (João 8.44) e ele odeia a verdade (João 8.32).